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sexta-feira, 29 de julho de 2011


Esperei por ela. Chovia. Se atrasou. "Te amo, já estou indo, me espera, tô chegando, te amo, tá?". Saudade. Meia hora. Poxa vida! Cadê que ela não vem? Mas vinha. Chegou. "Vem!". Me abraçou. Beijou o canto da minha boca. Calor súbito, desejo, calafrio. É, eu gosto mesmo dela. Se eu sinto ciúmes? Sinto um pouco. "Que saudade, meu amor!"...

Sorri lindamente. Eu a observo estupefata. Quero sua boca na rua, no portão, na varanda. Mas há que se esperar um pouco mais... por medo, por respeito. Ansiedade ante a casa onde podemos nos expressar, nos dar. Abre a porta, fecha e se encaixa no meu abraço, tira meu corpo da solidão, desnuda minha alma que se rende. Quanta saudade!

Deita na cama e me olha com amor. Há esboço de lágrima em minha lembrança, encanto, vontade de ser feliz. Sinto seu corpo e suas reações me movem, me agitam, fazem com que meu afeto se declare, transpiro, assumo meu desejo de tê-la comigo pra sempre. Aperto seu corpo contra o meu e desabo emocionada, rendida, mulher. E dormimos abraçadas.

Amanhece. Amanhece e temos um novo mundo para conhecer, diferente do de costume, muito mais significativo, mais expressivo, mais... tangível! Vamos juntas, de mãos dadas.

Neste lugar campestre, há cavalos puxando com lábios fortes o mato rasteiro; enquanto que bois e vacas trançam o mato alto em suas línguas e se alimentam... e naquele morro, depois da cerca... "Vamos?!!!"... Vou na frente correndo, pisando no chão de SER FELIZ... E afirmo que o que estamos fazendo é mais complexo e especial, estamos explorando o mundo. No topo, vemos alguma paisagem, há árvores e plantas, animais, tucanos, pássaros, dóceis cachorros... e há a mulher que eu tanto amo. Me alerta sobre carrapatos. Me assusta. Bato a roupa. Vamos embora! E vamos, eu correndo...

Noutro lugar, mais alto, porém sem carrapatos, brincamos e sentamos para contemplar a natureza e nos contemplamos. A tarde cai rapidamente. Nos abraçamos. Nos despedimos...

Saudade... Ah... saudade!

Daline Gerber

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