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segunda-feira, 8 de agosto de 2011


Corpo ao ar livre.
Livre. Corpo. Ao ar.
Enquanto meus olhos,
pés fixos,
Observam.
Observam meus olhos,
Fixos, meus pés.
Eles voam e vivem: pássaros no céu.
E, com eles, vôo.
Vou.
Vivem.
Vivo.
E agora mais.
Mais vôo.
Canto.
Também minha voz vai.
Se esvai.
Eu observo de lá...
O mundo é tão grande.
Eu tão pequena, tão só.
O tempo caminha comigo,
Voa,
E traz, ventando, florindo,
Uma ave ao longe, segundo a segundo,
Se aproximando,
Uma ave...
A mulher companheira.
E eu, beira a beira,
quer queira, não queira...
Ela vem.
Esbarra na minha saia,
asa,
Na palavra que diz, não diz...
eu peço olhar,
Ela olha.
E agora sim,
Estou por um triz...
E não entendo bem
de onde vem meu bem.
O sentimento... invento? Não, surge inexplicável.
Em movimento,
estendo a mão.
E continuo dentro,
trago de fora acalento,
carinho na orelha,
susto de tempestades,
silêncios angustiantes,
um pouco de medo dos segredos,
medo.
Frio.
Entre suas pernas, minhas mãos se aquecem e fervem.
Eu brinco por ali e fico.
dois pedaços de concha: nós.
Temos uma pérola para cuidar...
Livres, ao ar, pés fixos, corpos solares,
Fundo do mar...
Fica!
Eu te quero saber a-mar.

Daline Gerber