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domingo, 12 de junho de 2011


Entenda de uma vez por todas: O que seus olhos vêem não é o mesmo que vejo com os meus.

Daline Gerber

Como as coisas são hoje? Registro para o futuro? Maricá é uma cidade pequena. São José é um bairro pacato, onde mora minha avó. Minha casa de infância fica no Km22, perto da lagoa, lugar ainda mais pacato, chão de terra. Foi vendida ano passado. Saudade. Hoje eu moro em Niterói. Há muitos engravatados na cidade. Trabalho no centro do Rio. As mulheres gostam de estética e algumas (muitas) preferem namorar com pessoas que tenham boas condições financeiras. As conversas em redor são: celebridades, padrão de beleza e de comportamento, sexo, a vida sexual alheia, drogas, religião, festas, noitadas, produtos a serem comprados, tecnologia, petróleo, emprego, como manter o emprego, competitividade, faculdade, curso técnico, qual melhor curso fazer para ter um bom emprego, empreendedorismo, dinheiro fácil. Há, em menor quantidade, conversas sobre: justiça social, inclusão social, preservação ambiental, amorosidade, humanidade, compreensão, troca, solidariedade, cuidado, política, legislação, arte, poesia, paz no dia-a-dia, igualdade, velhice, saúde de qualidade e dignidade. Eu observo, participo, caminho. Não deixamos de sermos mulheres e homens criados para o medo. Ao mesmo tempo nem toda guerra faz sentido, é corajosa, enfrenta os grandes e os injustos, mas os pequenos injustiçados. Os bombeiros vem lutando por melhores salários, por justiça, contra o governo, mas não é só isso. Os bombeiros lutam pelo governo, a favor dele, que seja melhor, justo. Ele se nega a ser. As pessoas andam adormecidas, mas sabem que são humanas, sabem onde aperta o sapato. As conversas sempre podem mudar, crescer e se multiplicar. Espero que o povo que se chateia com o modo como são tratados os servidores públicos, a saúde, a educação, a cultura... Espero que percamos o medo hoje. Amanhã tá tudo sempre bem pior.

Daline Gerber